Animais preferidos

Todos nós temos nossos animais favoritos, aqueles que nos fazem ficar mais tempo sintonizados no Animal Planet ou Discovery Channel antes de continuar zapeando como doidos. Devem existir explicações científicas para nossas preferências. Aí vão algumas que não são:

1 - Guepardos: uma espécie de oncinhas magrelas que trotam serelepes pela savana. O lado negativo é que atacam viadinhos. Mas são elegantes e têm filhotes de topete arrepiado.

2 - Zebras: cavalinhos de pijama, são os animais de estimação ideais para vegetarianos radicais por extraírem do capim a energia que esbanjam em galopes, coices e estouros da manada.

3 - Gnus: animais trágicos, que insistem em atravessar rios infestados por crocodilos. Talvez não seja por burrice, mas sim por determinação, apego à rotina, por mais cruel que ela seja.

4 - Tubarões: estão sendo reabilitados desde que se descobriu que estão em extinção. Sua característica mais invejada é a de repor com rapidez os dentes que perdem mastigando pranchas de surfe, equipamentos de mergulho e placas de automóvel.

5 - Hienas: ninguém gosta de hienas, nem mesmo serial killers, pedófilos ou genocidas.

6 - Dragões: fáceis de domesticar e de tratar, até porque não existem na vida real, apenas nas crateras da Lua, nas tatuagens mais descoladas, nos filmes de animação e nos contos de fada.

7 - Unicórnios: também não existem, daí terem sido escolhidos como símbolo da pureza. Se fossem aceitos em corridas de cavalo, levariam nítida vantagem nas decsoes pelo fotochart.

8 - Pardais: não sabem cantar, não são bonitos, mas estão em toda a parte, o que faz com que a gente se sinta em casa quando vê um pardal por perto.

Comunidades interessantes

O Orkut é um manancial inesgotável de comunidades interessantes. Algumas são muito inteligentes e divertidas. O critério de escolha é o das risadas:

- O mundo é dos semigordos: não se trata exclusivamente de peso, mas de estado de alma.
O aviso do morador também é interessante: deleto o que achar irrelevante, ou não, porque isso aqui é uma comunidade e não uma democracia.

- Eu adoro o Quico e suas inacreditáveis burrices. Somente ele para querer esquentar bolachinhas num ferro de passar roupa.

- Estou cercado de idiotas: se você se sente assim, venha e conte seu caso.

- Só bebo quando não neva: Pra quem bebe só quando não está nevando. Nevou? Nem me chama pra beber...

- Eu amo vulcões: para todas as pessoas que sentem fascínio por estas montanhas incandescentes.

- Ah, se eu tivesse uma bazuca...: para usar em flanelinhas, vizinhos que fazem barulho de madrugada, donos de carros cujo alarme dispara.

- Anão vestido de palhaço mata oito: para quem gosta daquelas manchetes de jornal que são mais interessantes do que ler a notícia toda.

- Me bate e me chama de Shirley!: para quem não sabe o que dizer num momento especial.

- Sou meio gago: pra quem não é completamente gago.

- Alcoólicos em gel Anônimos: para os viciados em dispenser de álcol em gel.

- Hoje acordei meio Paola Bracho: Para você que acordou perverso(a), cheio(a) de amantes pelo mundo, gastando o dinheiro da sua família sem o menor controle e com planos de dominar o mundo.

- Faço elogios a mim mesmo: Opa, quem é esse cara bonito aqui?

Curtas

- O Benfica tirou Airton do Flamengo. Só de vingança, por este atentado ao time do hexa, tem muito rubro-negro por aí jurando que vai contar muitas piadas de português, por menos politicamente corretas que elas sejam.

- A reforma ortográfica da Língua Portuguesa é um desastre. Alguns acham que é para tirar o hífen de todas as palavras compostas. Outros sapecam tracinhos no meio das palavras que parecem mais suspeitas.

Novo Karatê Kid

Vem aí um remake de "Karatê Kid", com Jackie Chan e Jaden Smith, filho de Will Smith. Deve ser um bom filme, mas dificilmente vai ter o charme da primeira versão, com Noriuki "Pat" Morita no papel de Sr. Miyagi. Remakes são oportunistas por definição: não envolvem o risco que é lançar pela primeira vez uma ideia. Pega-se uma fórmula que deu certo, muda-se uma coisa ou outra e depois é só esperar os lucros. Jackie Chan é engraçado e vai se dar bem nas cenas de artes marciais. Morita não entendia nada de karatê, mas era um bom ator. Vamos sentir falta da cara de pau de Miyagi ao explorar Daniel-San sob o pretexto de estar ensinando karatê..

Franka Potente

O episódio de abertura da nova temporado da série "House" é um grande filme. O roteiro é fiel à principal característica do seriado, que é de ser uma descida bem humorada aos quintos dos infernos. E tem a atriz alemã Franka Potente, de "Corra, Lola, corra" e "A identidade Bourne". Qualquer um se apaixona por Franka, principalmente no papel da doce e serena Lydia, até mesmo o irascível Gregory House.

Melhores filmes da década

Listas de melhores filmes costumam ajudar as pessoas a saber o que pedir nas locadoras. Vou dar minha humilde colaboração para esta tarefa penosa de algum amigo anônimo:

1 - Meus quinze anos (2006), de Richard Glatzer e Wash Westmoreland. É possível fazer um filme inesquecível a partir de um título que não seduz e com personagens sofridos e comuns como uma adolescente grávida e um jovem gay desempregado.

2 - A partida (2008), de Yojiro Takita. Um filme delicado sobre a arte de viver e morrer, de recomeçar a cada surpresa do caminho, e de fazer o melhor possível, mesmo que seu trabalho seja o de preparar defuntos para o enterro.

3 - O escafandro e a borboleta (2007), de Julian Schnabel. Cinema é arte, emoção e humor. É o que a gente descobre acompanhando a incrível história de Jean-Do, que só consegue mover uma pálpebra para se comunicar e nos transmitir sua humanidade.

4 - As invasões bárbaras (2003), de Denys Arcand. A hora de partir pode ser um momento pleno de vida. Um filme sobre a amizade, o desapego, a importância de reinventar a vida com inteligência, afeto e humor.

5 - Munique (2005), de Steven Spielberg. Um filme sobre terrorismo que nos faz valorizar a paz. Um filme para supreender aqueles que pensavam que "O império do Sol" é o melhor filme de Spielberg. Continuo achando que é, mas "Munique" chega bem perto.

6 - Conversas com meu jardineiro (2007), de Jean Becker. É uma fábula e ao mesmo tempo uma história despretensiosa que mostra a importância de voltar às origens, às coisas simples da vida, longe deste insensato mundo que é o cotidiano nas grandes cidades modernas.

7 - Sombras de Goya (2006), de Milos Forman. Um passo adiante na deslumbrante trajetória de um grande cineasta. Está tudo lá, as armadilhas do destino, a maldade, a falta de sentido da vida e a tragédia de ser uma pessoa sensível no meio de toda esta loucura.

8 - Na natureza selvagem (2007), de Sean Penn. Por que um cara legal prefere morrer sozinho no Alasca do que viver com pessoas boas e interessantes que o amam e fariam qualquer coisa para desfrutar o prazer de sua companhia?

9 - Milk (2008), de Gus Van Sant. Podemos fazer coisas incríveis, se a gente souber estabelecer pontes, agregar, se aproximar dos outros, amar em vez de esperar ser amado. Uma mensagem de amor e esperança como meios de superar o ódio e o preconceito.

10 - Um beijo roubado (2007), de Wong Kar-Wai. Tudo é apainonante neste filme, desde as cores, as músicas e os personagens. E que melhor imagem sobre a duração do amor e da vida, que visão mais romântica da existência, do que um beijo roubado?

Resoluções de Ano Novo

Algumas resoluções de Ano Novo são fáceis. Outras, nem tanto. Para evitar os efeitos danosos do estresse, recomendo as fáceis:

1 - Engordar um pouquinho todo mês, mas sem fixar limites. Esta resolução não precisa ser monitorada. Ela se encarrega de si mesma e consegue sempre nos surpreender, indo além do que a gente imaginava.

2 - Aprender um ou dois idiomas estrangeiros, como por exemplo Alemão e Japonês. O primeiro passo é se matricular num curso. Costuma ser o primeiro e último passo. Mas você fará maravilhas pela sua auto-estima até se dar conta de que não vai levar esta resolução adiante. Cuidado para não se matricular num idioma aparentemente fácil, porque você pode se sentir tentado a ir às aulas.

3 - Ir a uma academia. Nem que seja para estabelecer um primeiro contato, um reconhecimento preliminar do local. Observe tudo em volta, para depois descrever em detalhes aos seus amigos. Esta é a parte menos cansativa de se engajar num projeto de malhação. Frequentar a sauna também é fácil, mas tem que suar.

4 - Ler os clássicos. Não se preocupe com o fato de não conseguir ler até o final. Só de ter um dos clássicos em sua mesa de cabeceira é uma garantia de sono invencível. Sem os efeitos colaterais do Diazepan. Não carregue os livros debaixo do braço. Podem até ajudar a arranjar um amor intelectual, mas se vocês chegarem até a cama será para dormir profundamente.

5 - Viajar. É uma resolução muito popular, mas valorizada em excesso. Poucos destinos compensam os aborrecimentos de longas esperas, de viagens desconfortáveis, de extravio de bagagem, de lidar com a burocracia dos guichês e com a ganância dos especialistas em explorar a boa fé dos viajantes. Viajar só vai ser bom no dia em que estiver disponível o teletransporte da nave Enterprise, de Jornada nas Estrelas.